Museu Nacional - Um ano depois
Em 27 de maio de 1888, Machado de Assis, redige uma crônica sobre o Meteorito de Bendegó. O texto, com a ironia refinada e marcante da obra do Bruxo do Cosme Velho, é uma sátira dos momentos finais da monarquia, seus últimos suspiros. A conversa do meteorito com seu guia, Carvalho, trata-se de uma mudança no eixo político, que se avistava no horizonte da época. Abaixo, o leitor pode ler o texto, que é curto, mas denso, como toda literatura do Machado. *** Gazeta de Notícias 27 de maio de 1888 BONS DIAS ! Machado de Assis Cumpre não perder de vista o meteorólito de Bendegó. Enquanto toda a nação bailava e cantava, delirante de prazer pela grande lei da Abolição, o meteorólito de Bendegó vinha andando, vagaroso, silencioso e científico, ao lado do Carvalho . – Carvalho, dizia ele provavelmente ao companheiro de jornada, que rumores são estes ao longe? E ouvindo a explicação, não retorquira nada,...